quinta-feira, 25 de junho de 2009

A falta

Porque sempre que aquela velha voz interior me diz algo, eu tenho que consentir.
Mesmo que não faça sentido e fuja completamente da lógica, eu tenho que consentir.
É a voz que fala com a razão do coração, se é que o coração sabe o que é isso.
Tenho tido milhões de sonhos e nenhum deles me dizem nada sobre você. Eu preciso saber como você está mais uma vez. É ridículo pensar que todo meu esforço não faz nenhuma diferença. Não muda nem mesmo aquelas noites em que meus olhos fecham pesados e a última coisa que eles vêem, é o último sorriso que você me deu. Quem não quer um final feliz?
Foi o que eu sempre quis, mas depois de um tempo, já cansada, só queria um final, sem mais me importar se ele seria feliz ou não. Mas ainda acho que é muita prepotência julgar ter acabado.
Sentimentos mudam, e a gente tem que se adaptar com as mudanças da vida. É a Lei. Já dizia Darwin. Só quem se adapta sobrevive. E eu sobrevivi. Ponto pra mim.
Existem pessoas que não sabem o que é o perdão, vivem com mágoa e juram que isso se chama amor próprio, adoram se vingar e juram que isso se chama justiça. Pura hipocrisia. A beleza de um olhar não tem nada a ver com a cor dos olhos.
E eu só tô tentando me livrar disso, fugir desse fantasma, encarar como vencido. Resistir a dor da ferida que deixou alguma cicatriz. Tudo bem, pois já cicatrizada, toda vez que olhar pra ela, saberei que a guerra acabou.
As pessoas tem vivido numa competição constante, ainda se fosse uma competição saudável dava até pra relevar, mas não. Competem quem é mais infeliz e precisa demonstrar auto-suficiência, quem é mais mal amado e precisa provar que se ama, quem pisa nos outros e depois se faz de vítima, e os piores, aqueles que “nunca” são vítimas, que “nunca” sofreram, e que se orgulham em ter alguém pra ferir, pois tudo o que têm a oferecer é dor.
Eu tô lutando contra tudo isso e mais um pouco, pra que haja algum sentido em ainda sentir a sua falta.
Engraçado que mesmo com toda a minha falta de tempo eu ainda encontro tempo pra sentir falta de você. Mas como disse Nando Reis, “Amor eu sinto a sua falta, e a falta é a morte da esperança.” Logo a esperança hein... a que todos dizem que é a última que morre, morreu. Justo ela, que amenizava tanto esse vazio. Agora eu só preciso saber como você está, depois de um longo período de silêncio e após uma luta incessante, crescente e ardente que existe aqui em algum lugar dentro de mim.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Adeus


Foi o adeus mais demorado de toda a história dos "adeus" ... era um adeus pintado de branco e preto...com gosto de renúncia, e cheiro suave de coisa certa!
sua vontade tinha um aspecto colorido cansante, enjoativo mas deslumbrante!
aproveite o dia! Carpe Dien! foi oque ela fez...saiu daquela casa, despiu aquela roupa, enfeitou-se de amor próprio, deu nome aos seus desejos...
cuidou do seu "amar", das suas estações! rasgou o seu silêncio...deu pés ao seu querer e asas ao seu "deixar"
ela não o queria deixar!
ela o deixou, ali de lado nos seus pensamentos, no cantinho do seu dia longo, no suspiro da esperança, no ressuscitante se deitar, no esfriante amanhecer,
já não lembrava mais que nome tinha essa canção...não esquecestes lá dentro. mas aqui fora sim! tão dentro de ti, tão dentro de mim...
só não tenho mais tempo pra você, só não tenho mais tempo pra você... não mais...
só tempo;
já não tenho...
só pra você;
só mais...
não tempo;
só não tenho...
pra você.

Opressão



Se for pra morrer nessa, que seja então. Não sei ao certo, êta confusão! E é por isso que tô continuando. Continuando sem saber onde vai dar, com um tanto de medo, uma dose de sacrifício, e um pouquinho de pecado. Amor? Não sei se ele tá nessa receita. Mas foi por causa dele que cheguei até aqui, eu também sou ingrediente, nessa mistura onde ninguém sai contente.
Quer um pedaço? Você quer um pedaço de mim? Carrega um tantinho das minhas dores?
Volta ao começo. Olha pra trás. Valoriza o seu Hoje. Ou não. Joga fora. Cospe teu medo, teu ódio, tua covardia!
Dá um jeito nessa cara de palhaço! Muda teu rumo, foge da dor... Há tempo?? então foge antes que o tempo fuja de você.
Opressão... quem sabe o que é isso? Se chegar viva no fim, eu talvez saberei. Vou ajoelhar então, pedir perdão por um “não” que eu não neguei. Tô caminhando... rumo a não sei o que! É diferente de ver seus olhos chorando. Eu nunca vi, mas o que importa? Nada importa além do caminho, mas que fez-se dele?
Quer saber de uma coisa? Não vou temer. Quem tiver do meu lado vai tá mais forte que esse sentimento inimigo. Me corrói. Pouco importa, eu posso destruí-lo.
Eu o criei, portanto posso destruí-lo;
Porque me sinto tão fria?
Sinto falta do calor. Mas do calor que constrói. Aquele que só tenho tido em sonhos!

Carpe Diem





Existem tantas coisas a serem ditas, que por isso me calei. Hoje não sou mais aquela criança...
aquela pedra bruta... tão moldável.
Tenho concepções tão sólidas que as vezes até me estranho. Falta um pouco de espontaneidade.
Sinto falta dos meus poemas tão sinceros, mesmo que fossem pra relatar um caos, ou me fazer sentir mais leve.
A realidade me moldou e a vida me esculpiu no desbotar dos meus dias...
rogo-me para que eu me ouça apenas um pouco, e esqueça as regras tão impostas a mim mesma por um costume e uma moral tão desnecessária. Antes eu diria isso com palavras mais ou menos assim: “a hipocrisia consome seus dias, não venha abusar dos meus, quero meu espaço e serei tão única até que o mundo perceba que eu não preciso dele.”
acontece que eu preciso do mundo tanto quanto ele precisa de mim. Não é necessário que haja um para ambos existirem, mas já que aqui estão tornam-se cúmplices, parceiros de estrada. Aos poucos fui entendo algumas coisas tão simples, que a gente insiste em complicar ou questionar.
Se tudo isso é um jogo, não sei. Mas com as cartas que tenho, vou fazendo meus pontos. Na verdade esse negócio de jogo não passa de uma metáfora para ilustrar um conflito que precisa ser aceito, ou pelo menos fingir que é aceitável.
Chega de perguntas, filosofias, ilusões e o escambal...
é isso que eu quero retratar, não tô fria, estou prática. Assisto o silêncio, venero minha paz, e ajo conforme a ética até o ponto que meus sentimentos permitirem. Meu sentimento irracional me leva, me carrega para onde ele quiser, até o dia que quiser, eu sei o que me compõe, quais são os meus limites, o que me estrutura e o que me rege. Eu só quero um cantinho dentro de mim pra descançar enfim.