quinta-feira, 15 de abril de 2010

A diferença do livro...


 Será que alguém tem noção da falta que eu sinto da minha vida? da falta que eu sinto de mim? da vida que eu queria estar vivendo, da vida que eu podia estar vivendo e não estou. Ao contrário do que pode parecer, isso não é uma reclamação ou lamentação, eu só estou divagando nos meus pensamentos sobre as milhões de possibilidades que uma única vida pode ter, bem naquele estilo "efeito borboleta" de ser, "o que seria se eu tivesse feito isso ou aquilo?",  "como seria se eu tivesse seguido esse ou aquele caminho?"
 Minha irmã tinha um livro muito legal que explicaria (na prática) perfeitamente o que eu estou tentando dizer, o livro começava contando uma história e depois te dava algumas opções de continuação, você mesmo é quem criava a história ao mesmo tempo em que ia lendo, e dependendo da opção que você escolhia, levava a trama por um rumo totalmente diferente do que se tivesse optado por outra alternativa! era bem legal! =] Além de me fazer acreditar que tinha um controle imenso sobre o que eu queria viver na história do livro. Creio que na vida seja exatamente assim, mas a questão é... porque não consigo ter a autosuficiência pra acreditar que o controle é meu e pra escolher qualquer opção e arcar com as consequências dela com tranquilidade, assim como no livro? Será porque no livro é mesmo tudo ficção? haha pode ser, mas o fato é que no dia a dia a gente sofre outros tipos de influência que um livro por exemplo não é capaz de nos impor. Afinal nas aternativas da vida a gente bem ou mal sempre pende pro lado mais fácil, ou seja, escolhe sempre a tarefa menos árdua pra executar, a opção mais simples, rápida e imediata. Aliás o ser humano vive na base do imediatismo, acumulando aqueles problemas que aparecem a longo prazo e que geralmente são os piores. Mas se "agora" tá bom, vamo que vamo. (O grande erro da humanidade)
É difícil pensar que em certos momentos deveríamos tomar decisões maduras e conscientes, decisões estas que poderiam mudar uma vida inteira, mas como saber o que é mais maduro? pensar só no futuro e ficar com aquela sensação intrigante de estar disperdiçando o presente? Ou pensar só no agora e aturar aquela crise na consciência com medo de estar sendo negligente ou inconsequente demais? Aí vem aquela velha história do equilíbrio, é possível achar um equilibrio entre as duas hipóteses e então criar-se aí a escolha perfeita? Pode ser que pensar em tudo isso seja inútil e não ajude em nada na hora do ato tão imperceptível de escolher algo na vida, tão rápido mas tão complexo, capaz  de deixar marcas por não só uma, mas várias vidas. Se pudéssemos fazer um manual de coerência na hora da escolha, poderíamos citar muitas coisas como: ir pelo lado mais fácil, como já citado, fazer o que menos prejudica a si mesmo e terceiros, optar pelo lucro, ou seja, aquilo que embora difícil, lhe trará mais retorno, enfim, receitas não faltam, mas a verdade é que nada disso implica na hora de simplesmente viver. Por isso quando alguém toma uma atitude e depois se arrepende, aprende a trilhar por outro caminho. E mesmo assim não está imune de perder um tempão, chegar lá na frente cansado, olhar pra trás e se arrepender de novo e again. Quando digo que sinto falta da minha vida, é porque sinto falta dos outros caminhos que eu não optei, e admitir isso, é admitir que não fiz SÓ escolhas certas, é admitir que eu voltaria as páginas do livro e escolheria outra opção, como fazia serelepemente com o livro da minha irmã quando via que a história não tava tão legal como eu queria. =] é bom pensar que eu tive as alternativas do livro na vida real, ainda que eu tenha errado de alternativa algumas vezes, embora o livro só represente uma vida esquematizada e sem incidentes, uma ficção de fato, ou um objeto por si só, como tal qual um livro é, por que afinal vida pra ser vida não pode e nem deve ser esquematizada, premeditada e muito menos sem incidentes (surpresas) no caminho! Sinto falta das coisas que eu não vivi, e também daquelas que não vive não por que não escolhi mas por que no meu livro não tinha aquela opção! Parece triste falar isso e talvez seja mesmo, mas acho que é isso que dá gosto de viver, pois não nos cabe só a tarefa de apontar as opções já escritas(fácil demais), e sim nos é dada a competência pra escrever do nosso modo e assim criar à nossa maneira, infinitas novas alternativas!^^

Nenhum comentário:

Postar um comentário